01/06/2013

O QUE É A VIDA? DIGA VOCÊ?

Antônio



No final de um bate papo descontraído e evidentemente provocativo, com um tom de voz pausado, agradável aos ouvidos e sereno, Antônio, costumeiramente encerra com a pergunta: “O que é, a vida?”.

Todos os convidados sabem que no final da conversa, a pergunta virá. Não obstante a isso, quando chega o momento, todos parecem ter ensaiado bem a resposta, que supostamente seria original, porém, na hora exata o discurso muda, eles como que travados, buscam de improviso uma resposta que agrade a sociedade e aos poetas.

Gosto quando diante de uma resposta que ecoa no vazio, Antônio repete a pergunta, como quem demostra não fazer parte da cavernosa sociedade dos poetas, menos do platonismo idealista.

O que leva a reflexão diante deste decepcionante pressuposto é o porquê da mudança da já ensaiada resposta. A relevância, o mitte da reflexão sobre o tema, é o motivo da mudança da resposta.

Existe uma substanciosa, e não pequena preocupação sobre o que a sociedade vai comentar, se a resposta a Antônio for sincera, digo, a resposta dos lábios coadunar com a intrínseca verdade alojada no cardio, ah! Isso é outra coisa.

O que é, a vida? A vida é uma idéia que não deu certo. Uma brincadeira de mau gosto. Sim, biblicamente relatado pelo autor, a hermenêutica explica. O plano falhou.

O criador de tudo, irrevogavelmente afirmou que se arrependeu de ter feito o homem, não obstante sua maldade. No episódio da torre de Babel ele confunde as línguas humanas diante de um desejo perverso. Finda o mundo em água, pois os filhos de Adão não foram encontrados dignos de habitar o planeta criado. Precisou enviar seu filho, pois, como já era de se esperar, os oito falharam vergonhosamente. Traça um plano final com a volta do filho para findar com os "salvos” num lugar novo, mais com uma matéria diferente, mistérios ocultos em deuteronômio vinte e nove. Ai até onde a gente sabe... Sei lá. Fato mesmo é que não deu certo.

Antônio continua a buscar a resposta, não que o assunto se encerre, longe disso. Mais a insistência para que os discentes saiam da caverna, se tornou paradoxal. Fiquem na caverna, melhor assim. Penso que dentro dela, as falácias do romantismo, e as impropriedades exegéticas florescem, ainda que em derrocada. O que é a vida? Diga você.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

A vida é belissima, mas brevissima. Tão breve como as gotas de orvalho que aparecem na calada da noite, cintilam no amanhecer e se dissipam ao calor do sol. Cada um de nós vive um pequeno parentese do tempo. Envolvemo-nos em tantas atividades que não percebemos o misterio que cerca a existencia humana. A velhice e a infância parecem tão distantes mas são tão proximos. Num instante parece eternos, no outro uma página da história. Por ser tão breve a vida, deveriamos vivê-la com a sabedoria para sermos cada vez mais pais, educadores e profissionais inteligentes, jovens mais sábios, amigos mais afetivos. ( A. Cury)