07/03/2011

O Pecado

Fomos afetados por um vírus que se iniciou com Adão e continua até hoje. A nossa doença chama-se pecado.

O pecado faz-nos enxergar tudo de maneira errada; até nossa maneira de encarar o pecado é distorcida!


Costumamos pensar que o pecado é algo que nos agrada, que desejamos, mas que só deixamos de fazer porque Deus não gosta. Nossa idéia é de que é algo bom, porém proibido. Isso é uma mentira! A idealização do pecado, até mesmo a forma como olhamos para ele, vem de Satanás.

Observemos  onde tudo começou:

"Então a serpente disse à mulher: É certo que não morrereis. Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se vos abrirão os olhos e, como Deus, sereis conhecedores do bem e do mal".

Vendo a mulher que a árvore era boa para se comer, agradável aos olhos, e  desejável para dar entendimento, tomou-lhe do fruto e comeu, e deu também ao marido, e ele comeu. (Gn 3.4-6).


A mulher estava diante da árvore do conhecimento do bem e do mal, árvore que Deus dissera ao homem que não comesse.  Essa árvore passou a ser desejável e atraente aos olhos da mulher a partir de uma sugestão da serpente. Aí está a raiz de nossa idealização do pecado. Olhamos para aquilo que é proibido como algo  desejável... Mas que nada! O pecado tem início com uma sugestão da serpente.


Percebe o quanto somos cegos? O pecado não foi feito para o homem. Não o fazemos por gostar. Na verdade, o pecado é algo que fazemos  por não sabermos fazer diferente, uma vez que já nascemos no pecado (Rm 5.12). Ele só tem a ilusão de prazer, pois o prazer que traz não satisfaz. Seres eternos não se satisfazem com prazeres momentâneos.

O pecado só nos faz sofrer. Interfere em nossa função natural, traz efeitos colaterais terríveis. Desejamos a coisa certa, porém a buscamos de forma errada. Ou ainda, buscamos na fonte errada. O pecado seca os nossos ossos, adia nossa expectativa, aumenta nossa ansiedade.


Abriram-se, então, os olhos de ambos; e, percebendo que estavam nus, coseram folhas de figueira, e fizeram cintas para si.( Gn 3.7).

A segunda idéia errada a respeito do pecado é que ele pode ser resolvido por nós. Um erro atrai o outro. Uma vez que olhamos para o pecado como algo que desejamos, será difícil resistir-lo. Agora, uma vez cometido, ficamos tão constrangidos, que tentamos logo solucionar nosso erro.

A reação de Adão foi exatamente esta, ele coseu folhas de figueira para esconder a sua nudez. Tão inútil que o próprio Adão se sentiu nu diante de Deus, mesmo estando vestido com aquelas folhas. Folhas de figueira se deteriorariam no próximo dia. O resultado é vergonha e medo. Adão ouviu a voz do Senhor e sentiu medo; apesar de estar vestido, sentiu-se nu.

O homem que foi criado para  depender de Deus, uma vez desligado de seu Criador, jamais pode fazer algo que resolva seu problema. Além de ter feito a escolha errada, não está em suas mãos reverter essa situação.

Se  observararmos, em todas as religiões há uma tentativa de fazer com que o homem pague por seus erros. São os sacrifícios, as penitências, as boas obras – tudo inútil. Aquilo que de melhor você conseguir fazer será como trapos de imundícia aos olhos do Senhor. Apesar disso, somos obstinados em nossa tentativa de melhorar a nós mesmos.


A terceira idéia errada que temos do pecado, e a mais difícil de ser vencida, é que Deus afasta-se de nós quando cometemos pecado. Não é isso que vemos em Gênesis, quando o primeiro homem pecou. Deus não se escondeu de Adão. O que aconteceu foi justamente o contrário. Adão se escondeu de Deus. Mas Deus estava ali para solucionar o que o homem havia feito de tão terrível.

Quando ouviram a voz do Senhor Deus, que andava no jardim pela viração do dia, esconderam-se da presença do Senhor Deus, o homem e sua mulher, por entre as árvores do jardim. (Gn 3.8).


Essa passagem mostra que Deus passeava pelo jardim à procura do homem. É claro que Deus já sabia o que havia acontecido, mas, ao contrário do que nós pensamos, Deus não deixou de vir ter com o homem.  Para mim, chega a ser constrangedora essa demonstração da graça de Deus. O que Adão fez para merecer tal intervenção divina? Nada! Ali estava Deus, cuidando para que o homem não se tornasse eternamente pecador.

 Jesus falou que aquele que comete pecado é escravo do pecado. O escravo não faz aquilo que deseja, mas aquilo que lhe é ordenado. É interessante notar que ninguém sente raiva do escravo por estar cometendo ações ruins, mas daquele que está dando as ordens. Do escravo só resta sentir compaixão. “E Jesus se compadecia das multidões...”


A humanidade é como uma mulher violentada. Uma mulher que escolheu o homem errado, alguém que não a respeita e abusa de sua dignidade. O pecado fere nossa consciência e dignidade. Essa mulher causa nojo em quem olha para ela. Até o próprio diabo a despreza. Mas Deus olha para ela e ainda a deseja. Ainda a ama! De forma inexplicável, ele simplesmente ama. Não se importa com o prejuízo, com o sofrimento que terá (onisciente, ele sabe da rejeição, da indiferença, da traição – tudo isso); continua amando assim mesmo.

Ao perceber esse amor, a mulher se constrange. Não consegue acreditar, pois tudo que conhece é a dor e o abuso. Está traumatizada, envolta em seu pecado. Quantas vezes, ela quis resistir ao seu cruel senhor, mas em vão, o pecado sempre fora mais forte. “Mas vejo nos meus membros outra lei, que batalha contra a lei do meu entendimento, e me prende debaixo da lei do pecado que está nos meus membros” (Rm 7.23).

Ela não conhece o amor. Só tem lembranças tristes de uma busca por prazer que sempre resultou em violação de sua real vontade. O simples aproximar de Deus a assusta. “O que será que ele quer de fato? Será mais um a me violentar? Parece me fazer boas propostas, promete-me vida eterna – mas o que será que terei de fazer em troca? Aposto que vai me custar caro...”

É uma vergonha após a outra. Vergonha por ir contra os seus princípios e, agora, vergonha por não conseguir confiar na sua provisão. Não confiamos no amor de Deus. E nem temos condições para isso! No lugar de amor, temos feridas. No lugar de confiança e fé, temos ressentimento e muita dor...

Deus sabe que sofremos. Ele sabia que não estávamos em condições, por isso não perguntou se queríamos o seu amor; simplesmente deu a sua vida, sem que tivéssemos sequer pedido, quanto menos merecido...
Ele sente nossa dor. Ele sabe do nosso trauma, da dificuldade de suportar a sua presença.
Veja este quadro dramático e vibre com a obra de graça que Deus deseja realizar em nós:
"Então ele me mostrou o sumo sacerdote Josué, o qual estava diante do anjo do Senhor, e Satanás estava à sua mão direita, para se lhe opor.O Senhor disse a Satanás: O Senhor te repreende, ó Satanás! [...] Não é este um tição tirado do fogo? Ora, Josué, vestido de trajes sujos, estava diante do anjo. Então falando este, ordenou aos que estavam diante dele: Tirai-lhe estes trajes sujos. E a Josué disse: Vê, tenho feito com que passe de ti a tua iniqüidade, e te vestirei de trajes finos." Zacarias 3.1-5.
Aleluia!

Aceitemos aproposta de Deus, resistimos ao pecado e Deus trocará as nossas vestes sujas por vestes limpas.

(fonte: www.revistaimpacto.com.br)

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A vida é belissima, mas brevissima. Tão breve como as gotas de orvalho que aparecem na calada da noite, cintilam no amanhecer e se dissipam ao calor do sol. Cada um de nós vive um pequeno parentese do tempo. Envolvemo-nos em tantas atividades que não percebemos o misterio que cerca a existencia humana. A velhice e a infância parecem tão distantes mas são tão proximos. Num instante parece eternos, no outro uma página da história. Por ser tão breve a vida, deveriamos vivê-la com a sabedoria para sermos cada vez mais pais, educadores e profissionais inteligentes, jovens mais sábios, amigos mais afetivos. ( A. Cury)